sábado, 5 de abril de 2008

Do livro do poeta 4



"O espírito da paz"

Agrada nela o passeio da Lua.
É promessa de sins duradouros.
A tristeza dos dias se assenta,
Se cala, à espera, ferida de paz.
Nasce, assim, a primeira canção.
Saltou os montes, à procura, a voz
E nesse encontro o mundo parou.

Certa manhã, o Sol descansou.
Entre nuvens, silente, parando,
Deixou a ela a missão: clarear
Toda alma que buscasse o ser
De luz que no querer se perdeu.
Tantas canções semeou, no olhar,
Que o vento, feminino, acolheu.

Nela a vida é meditação lunar.
Graça de pássaro, veio repousar.
Somada a beldade ao ar de certeza,
O encanto, só espírito, perdura.
Nasce, assim, a sétima canção.
Vestida de pérolas, a moça alvorece
— e o mundo, sereno, vai dormir...

Um comentário:

Rute disse...

Poeta,

"... a primeira canção", o sol, a lua e a queda dos véus... Era uma vez um sonho,porém: " o encanto, só espírito, perdura".Tuas palavras como expressão da admiração por teu talento.
Lindo poema!

Rute
S.C