sexta-feira, 10 de abril de 2009

Do livro do poeta 7


"A Filha da Lua"


Nasceu hoje a saudade-moça.
Em forma de baile, do horizonte desceu.
Imaterial, mas visível em azuis,
No jardim lunar, teu rosto, pousou.
Um século passou nesse sorriso...
Veio, então, a chuva de ouro
E a terra, celestial, aceitou.

Na transparência feliz da Cidade, os sinos...
Suavizando a paisagem, seguem teus passos.
Há nesta hora tanta mansidão
Que a dor de ser se despede entre sedas.
Dança, dança, Filha da Lua, até o fim!
Liberta a música, serva do Tempo,
E vem ser a Musa no Templo do Amor...

Nasce hoje um beijo-criança.
Traz na pele a brisa de pêssegos,
Alegria esculpida em cristal.
Um roçar de asas inicia a dança,
Por simples amizade ao amor:
É a Filha da Lua pássaro breve,
Mas perene seu palácio de gestos.