terça-feira, 11 de março de 2008

Do livro do poeta 3


"A canção de Apolo"

Paz argéntea, halo dourado,
Inscreveu o amor no dia
O signo em fogo da verdade.
Selou, sagrou, salvou.
Singrou os ares o navegante,
Resplandecendo-a toda: a vida.
Suprema, efémera: a dádiva.

Serena em cor e ávida
Do leite e mel em carícia,
Fez assim a canção de Apolo
Do receber e dar a ambrosia
A escorrer fecunda no afeto.
No deserto a flor, no silêncio a voz:
E no mundo o querer, ter e ser.

Tranqüila no diálogo das almas,
A brilhantíssima paixão: só os dois.
E nunca mais são sós...
Corre claro o vinho, partem o pão.
Jorram as notas. Desfeita a névoa,
É fatalmente azul a música:
E a Musa liberta o riso e a si.

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